"...O catolicismo é a religião da "recompensa demorada" (delayed gratification). Essa vida é um teste para determinar a nossa recompensa eterna. Se vivermos apenas para ter prazer no agora, não teremos a bem-aventurança no futuro. Cristo instituiu sua Igreja Católica para nos prover pequenos desafios e provações todos os dias. O jejum eucarístico é um exemplo óbvio. Humilhar-se a si mesmo no confessionário antes de receber a Sagrada Comunhão é outro. Significa aprender a fazer algo difícil ou inconveniente tendo em vista um bem maior.
Mas voltemos ao meu filho. Se ele aprende a violar o jejum eucarístico ou a quebrar suas resoluções quaresmais, o que fará ele em outras áreas de sua vida? Ele certamente vai explorar seus limites, mas vai terminar fracassando no final, por não entender que todo sucesso provém de sabermos esperar — seja o sucesso temporal, seja o eterno.....
O que está acontecendo é que esses jovens foram educados para rejeitar recompensas demoradas. São produtos da sociedade que glorificam a recompensa imediata. Querem trabalhos significativos… agora. Querem ser diretores de galerias de arte, professores, CEOs, diretores de ONGs, de cinema, criadores de Facebook, autores, atores e poetas. O que eles não percebem é que demanda uma porção de trabalho árduo ascender a essas profissões, a qualquer profissão, para dizer a verdade.
É por isso que temos que nos dar conta do valor do catolicismo para a nossa cultura. A fé católica, nesse sentido, nos ajuda de duas formas: a primeira é sobrenatural e a segunda, natural, temporal e social...."
"...É claro que não é fácil assumir essa teologia de esperar. É o ensinamento mais difícil do catolicismo. Como a bem-aventurada Virgem Maria disse a Santa Bernadette: "Não prometo fazer-te feliz neste mundo, mas sim no próximo". Essas palavras podem parecer terríveis, mas são uma promessa real. Ninguém de nós será perfeitamente feliz nesta vida. Simplesmente não vai acontecer.
C. S. Lewis disse certa vez que, se Deus nos desse a felicidade perfeita nesta vida, seria injusto já que, assim, deixaríamos de procurar o próprio Deus. Santo Tomás de Aquino diria que é impossível encontrar felicidade de outro modo, já que nosso Summum Bonum não é outro senão o próprio Deus.
Por isso, não fique chateado porque as recompensas não vêm de maneira imediata. Elas demoram, mas chegam. A vida não será perfeita. Abrace essa verdade. Ela é libertadora. Há alegria quando nos damos conta disso. Eis o versículo que resume muito bem tudo isso: "Pelo contrário, alegrai-vos por participar dos sofrimentos de Cristo, para que possais exultar de alegria quando se revelar a sua glória" (1Pd 4, 13). E outro: "Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo" (Mt 24, 13)."
FONTE: Taylor Marshall, intelectual católico americano.