Por que os 10 mandamentos são tão importante para a vida do Cristão?


Jesus insiste em pedir para seguirmos os 10 mandamentos. E que se não seguirmos, seremos mentirosos. Mas como viver os mandamentos nos dias atuais? É possível? Por que corremos risco de salvação quando infligimos alguns mandamentos? Por que Jesus insiste em dizer que só seremos felizes de verdade se seguirmos esses mandamentos?

O Catecismo da Igreja Católica afirma que: os dez mandamentos devem ser entendidos como um caminho de vida. Assim, os dez mandamentos são normas que visam a vivência da liberdade dos filhos de Deus, “indicam as condições de uma vida liberta da escravidão do pecado” (n. 2057).

Servem para nos ensinar “a verdadeira humanidade do homem”, além disso, “iluminam os deveres essenciais e, portanto, indiretamente, os direitos humanos fundamentais, inerentes à natureza da pessoa humana” (Catecismo, n. 2070).

Qual a utilidade dos dez mandamentos?

São úteis à vida de cada um de nós, porque o pecado deixou a luz da nossa razão obscurecida e, também, gerou o desvio da vontade. É o que afirma o Catecismo (n. 2071), citando São Boaventura, que foi um monge franciscano do século XIII.

Nisto consiste o amor: “que vivamos segundo Seus Mandamentos” (II João, 6), os quais, são compreendidos por dez (10) “Preceitos” distintos entre si. Estes “Preceitos” são a síntese da vida moral do crente (cristão), ou seja também daqueles que creem em Deus, respeitando, obedecendo, acatando e cumprindo sua Lei Divina.

“Amar a Deus” significa colocar em “prática” os Preceitos Divinos, através dos quais, é construído o fundamento e o alicerce que sobre eles se formará e erguerá a “estrutura” equilibrada e firme da vida terrena do homem em relação a Deus, à Família, à Sociedade, e aos indivíduos de um modo geral.

Os Dez Mandamentos foram prescritos nas Tábuas da Lei por Deus com manifestações sobrenaturais do Poder Divino, no monte Sinai à vista de Moisés, para que ele orientasse e guiasse o Povo Israelita no deserto, após a libertação deles da escravidão do Faraó no Egito.

Jesus atestou a perenidade do Decálogo, que é o conjunto dos Dez Mandamentos de Deus, praticando-o e pregando-o. Fiel às Escrituras e conforme o exemplo de Jesus, a Igreja reconheceu no Decálogo um significado e uma importância primordiais. O Decálogo forma uma unidade orgânica, onde cada mandamento remete a todo o conjunto. Transgredir um mandamento é infringir toda a Lei.

A Lei é uma instrução paterna de Deus, onde apresenta os caminhos para a felicidade e proscreve os caminhos do mal, mas somente Cristo, ensina e concede a Justiça de Deus, ou seja, a salvação que vem de Deus. A nossa justificação foi merecida pela Paixão de Cristo, sendo-nos concedida pelo Batismo, através do qual é apagado a culpa do pecado original, que herdamos dos primeiros pais (Adão e Eva), reconciliando-nos com Deus-Criador.

Eles são atuais?

Sim, os dez mandamentos são atuais, o Catecismo afirma que “são obrigações” graves (n. 2072). Logo, o descuido na vivência desses nos colocam as matérias que precisam ser confessadas quando fazemos nosso exame de consciência.

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A Igreja alterou os 10 Mandamentos?

Quais são os mandamentos a respeito do relacionamento para com Deus?

A base dos 10 mandamentos é o texto bíblico de Êxodo 20, 2-17 e Deuteronômio 5,6-21. A Igreja, no período em que as pessoas tinham menos acesso aos textos escritos, porque eram caros, formulou-os de maneira catequética, e é dessa forma que utilizaremos em nosso resumo, a base é o Catecismo da Igreja Católica. Os 10 mandamentos são:

1 – Amar a Deus sobre todas as coisas: porque Deus nos amou primeiro nós devemos corresponder amando-O de volta. O amor a Deus implica rejeição aos falsos deuses. E renúncia a todo tipo de idolatria e superstição. Mas, também, a incredulidade, heresia, apostasia e cisma, sacrilégio e o agnosticismo. Você pode se aprofundar mais nos números 2083 a 2139 do Catecismo.

Este mandamento convida o homem a crer em Deus, a esperar nEle e a amá-Lo acima de tudo e de todos. O homem tem o dever de cultuar e adorar a Deus, tanto individualmente quanto em sociedade. A superstição é um desvio do culto que rendemos ao verdadeiro Deus, demonstrado na idolatria, na adivinhação e na magia. Os que colocam sua confiança e razão de ser em outros deuses são idólatras, pois, prostrando-se em adoração dos falsos ídolos praticam a idolatria, que é abominada por Deus; sendo hoje em dia muito praticada através do culto da televisão, do prazer e do dinheiro, da soberba e do orgulho, dos divertimentos e da impureza, do egoísmo e do ódio (violência), e do culto que é dado a Satanás (maçonaria, feitiçaria, bruxaria, espiritismo, etc.). Enfim, negar o culto devido só a Deus para dá-lo às criaturas (Homem) e ao próprio Satanás. São também pecados contra o primeiro mandamento: o ateísmo, o sacrilégio, a simonia e a ação de tentar a Deus, seja por palavras ou por atos. “Este povo somente me honra com os lábios; seu coração porém, está longe de Mim. Vão é o culto que Me prestam, porque ensinam preceitos que só vem dos homens!” (Mt 15, 8-9).

2 – Não tomar seu Santo nome em vão: “o dom do nome pertence à ordem da confiança e da intimidade” (n. 2143). O respeito ao nome de Deus é o respeito devido a Ele mesmo. Aqui devemos ater-nos aos cuidados, também, referentes à blasfêmia, que é “proferir contra Deus – interior ou exteriormente – palavras de ódio, de censura, de desafio, dizer mal de Deus, faltar-Lhe ao respeito nas conversas, abusar do nome d’Ele” (n. 2148). Evite-se, também, fazer falso juramento usando o nome de Deus.

O Senhor não terá por inocente o que tomar o Seu Nome em vão. – “Santificado seja o Vosso Nome”. – Não nominar o nome de Deus em vão. – Não jurar pelo nome de Deus, nem pelo Céu que é Seu trono, nem pela Terra que é o escabelo dos Seus pés.

Este mandamento prescreve respeitar o nome do Senhor, que é Santo. Proíbe, assim, o uso impróprio ou injuriosa do nome de Deus. O juramento falso invoca Deus como testemunha de uma mentira e, por isso, é falta grave. “Eu Sou Aquele que Sou”, ou seja, não existe outro nome abaixo ou acima dos Céus.- Aqui cabe também, em “não blasflemar o nome de Deus e do Seu Cristo de tantos modos enganosos e diabólicos, até reduzir o Seu nome a uma “marca” comercial indecorosa e a fazer filmes sacrílegos sobre Sua vida e sobre Sua Divina Pessoa” (MSM, 3.6.89). Os Privilégios, a “imagem” e a Santidade da Virgem Maria, Mãe de Jesus Cristo devem ser também respeitados e venerados, evitando assim, as falsas interpretações humanas e adaptações racionalistas, bem como, o nome e a vida dos Santos de Deus. “Que o nome de Deus não esteja sempre na tua boca, e que não mistures nas tuas conversas o nome dos santos, porque nisso não estarias isento de culpa” (Eclo 23,10).

3 – Guardar Domingos e festas de guarda: “O domingo realiza plenamente, na Páscoa de Cristo, a verdade espiritual do sábado judaico e anuncia o descanso eterno do homem, em Deus” (n. 2175). O Catecismo afirma que “a Eucaristia dominical fundamenta e sanciona toda a prática cristã. É por isso que os fiéis têm obrigação de participar da Eucaristia nos dias de preceito, a menos que estejam justificados, por motivo sério. Os que deliberadamente faltam a essa obrigação cometem um pecado grave” (n. 2181).

Guardar os Domingos, os Dias-santos e as Festas de preceito. O Sábado, que representava o término da Criação (descanso de Deus), foi substituído pelo Domingo, dia da ressurreição de Cristo. No Domingo e também nos dias de festa de preceito, os fiéis devem participar da Santa Missa, abstendo-se das atividades e negócios que impeçam o culto a Deus. A instituição do Domingo contribui para que todos tenham tempo de repouso e lazer suficientes para lhes permitir cultivar sua vida familiar, cultural, social e religiosa. – O Dia do Senhor é um dia abençoado, e deve ser santificado, ou seja, não transformar o Domingo em “week-end”, no dia do esporte, das corridas, dos divertimentos, do trabalho e dos negócios. “Trabalharás durante seis dias, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia, que é um repouso em honra do Senhor, teu Deus, não farás trabalho algum” (Êx 20, 9-10).

Quais são os mandamentos a respeito do relacionamento para com os outros?

4 – Honrar pai e mãe: “Deus quis que, depois de Si, honrássemos os nossos pais, a quem devemos a vida e que nos transmitiram o conhecimento de Deus. Temos obrigação de honrar e respeitar todos aqueles que Deus, para nosso bem, revestiu da sua autoridade” (n. 2197). É um mandamento dirigido diretamente aos filhos nas suas relações com os pais. Mas, também, tem seus desdobramentos que podem ser conferidos no Catecismo, na sequência dos números citados acima.

Este é o único mandamento que é acompanhado de uma promessa do Senhor: “Honra teu pai e tua mãe, para que sejas feliz e tenhas longa vida sobre a terra” (Dt. 5, 16).

Ele prescreve o fundamento da instituição da Família, na visão de Deus Pai, através do Sacramento do Matrimônio, ficando portanto, excluídos novos modelos de família fundados sobre a convivência, a “união livre”, a poligamia, etc., clandestinamente, alheios ao sacramento. Deus deu autoridade aos pais sobre os filhos para o próprio bem deles. O casamento e a família estão ordenados para o bem dos cônjuges, a procriação e a educação dos filhos, no temor ao Senhor. Os pais são os primeiros responsáveis pela educação dos filhos, provendo-os de suas necessidades físicas e espirituais, inclusive a transmissão da Fé, da oração e das virtudes, e também devem favorecer a vocação de seus filhos no seguimento a Cristo. São deveres dos filhos quanto a seus pais: respeito, gratidão, ajuda e justa obediência aos seus princípios, conselhos e orientações, evitando quanto possível as más companhias, que desvirtuam a boa educação e corrompem os bons costumes que recebemos dos nossos pais. De forma quase semelhante dá-se a relação entre a autoridade pública e seus cidadãos, em conformidade com a Luz do Evangelho. “Honra teu pai de todo coração, não esqueças os gemidos de tua mãe; lembra-te de que sem eles não terias nascido, e faze por eles o que fizeram por ti” (Eclo 7,29-30).

5 – Não Matar: Além do respeito pela vida, que é sagrada, como afirma o Catecismo (n. 2258), esse mandamento ainda implica outros atos, são eles: o aborto, inclusive os que colaboram; a Eutanásia; o Suicídio, sendo que “perturbações psíquicas graves, a angústia ou o temor grave de uma provação, de um sofrimento, da tortura, são circunstâncias que podem diminuir a responsabilidade do suicida” (n. 2282). “Não se deve desesperar da salvação eterna das pessoas que se suicidaram. Deus pode, por caminhos que só Ele conhece, oferecer-lhes a ocasião de um arrependimento salutar.

A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida” (n. 2283). “A virtude da temperança leva a evitar toda a espécie de excessos, o abuso da comida, da bebida, do tabaco e dos medicamentos. Aqueles que, em estado de embriaguez ou por gosto imoderado da velocidade, põem em risco a segurança dos outros e a sua própria, nas estradas, no mar ou no ar, tornam-se gravemente culpados” (n. 2290). Você ainda pode conferir mais sobre esse mandamento na sequência do número anteriormente citado.

Desde o momento da concepção até a morte, a vida humana é sagrada já que foi criada à “imagem e semelhança” de Deus vivo e Santo. Por isso, assassinar um ser humano ou tirar a própria vida é gravemente contrário à dignidade da pessoa e à santidade do Criador, exceto quando em legítima defesa, quando se tira de um opressor injusto a sua possibilidade de prejudicar. Significa este mandamento, observar e acatar o respeito devido ao valor da vida humana, desde sua origem (concepção) até o término do curso natural da vida terrena, seja ela por velhice, doença, acidentes, etc., sem contudo, legitimar e utilizar outros meios “artificiais”, clandestinos e perversos para tirar a vida natural dos seres humanos. “Com efeito, quem quiser amar a vida e ver dias felizes, refreie sua língua do mal e seus lábios de palavras enganadoras; aparte-se do mal e faça o bem, busque a paz e siga-a” (I Pd 3, 8-11).

Qual o mandamento relacionado a sexualidade e afetividade?

6 – Não pecar contra a Castidade: A sexualidade afeta todos os aspectos da pessoa humana, na unidade do seu corpo e da sua alma. Diz respeito particularmente à afetividade, à capacidade de amar e de procriar, e, de um modo mais geral, à aptidão para criar laços de comunhão com outrem. Compete a cada um, homem e mulher, reconhecer e aceitar a sua identidade sexual. A diferença e a complementaridade físicas, morais e espirituais orientam-se para os bens do matrimônio e para o progresso da vida familiar” (n. 2332-2333). A castidade significa a integração da sexualidade na pessoa, ou seja, sua unidade interior, corporal e espiritual.

A sexualidade torna-se pessoal e verdadeiramente humana, quando integrada na relação de pessoa a pessoa, no dom mútuo total e temporalmente ilimitado, do homem e da mulher. A virtude da castidade engloba a integridade da pessoa e a integralidade da doação (cf. n. 2337). Implica a aprendizagem do domínio de si. O Catecismo da Igreja Católica afirma ainda que “a castidade conhece leis de crescimento e passa por fases marcadas pela imperfeição, muitas vezes até pelo pecado” (n. 2343). Ofende a Castidade os pecados da luxúria, que é a vivência desregrada dos prazeres, a masturbação, a fornicação, a pornografia e a prostituição. Além de outros que você pode conferir, também, na sequência dos números citados anteriormente.

“O amor é a vocação fundamental e originária do ser humano. Conforme distribuído por Deus, cada um, varão e varoa, deve reconhecer e aceitar sua identidade original, conforme a lei natural da Criação de Deus, que é sábia e imutável. A aliança que os esposos contraíram livremente, implica um amor responsável e fiel, que obriga a um casamento indissolúvel. O adultério, o divórcio, a poligamia e a “livre união” são ofensas graves à dignidade do matrimônio. – Este mandamento prescreve que cada pessoa, segundo seu próprio estado de vida, leve uma vida de castidade, da qual Jesus é o modelo perfeito, ou seja, abstendo-se de práticas íntimas clandestinas antes ou fora da união conjugal, que se realiza com o Sacramento do matrimônio. Todo indivíduo batizado é chamado a levar uma vida casta, incluindo a aprendizagem do domínio pessoal. A observância da castidade implica também em que qualquer “forma de impureza” (fornicação, adultério, divórcio, pornografia, livre união, poligamia, etc.) não deve ser justificada, exaltada, acatada e propagada, a ponto de justificar até os atos contra a natureza (homossexualismo). A castidade do corpo e da alma implica ainda, em usar de disciplina e pureza nas palavras, nas conversas, nas atitudes, nos gestos, no lazer (diversão, programas, cinemas, músicas) etc., seguindo os princípios da moral cristã, não se conformando, contudo, com o que o “mundo” apresenta. – Todo pecado se comete fora do corpo, mas o da impureza é uma usurpação contra a integridade do próprio corpo, porque mancha e destrói o “templo” onde Deus soprou o Seu Espírito Santo, devendo portanto, ser conservado na pureza e na castidade. “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!” (Mt 5, 8).

Quais mandamentos preservam os bens materiais, espirituais e pessoais, e a dignidade do próximo?

7 – Não furtar: Este mandamento “proíbe tomar ou reter injustamente o bem do próximo e prejudicá-lo nos seus bens, seja como for. Prescreve a justiça e a caridade na gestão dos bens terrenos, e dos frutos do trabalho dos homens” (n. 2401).

Este mandamento prescreve a prática da justiça e da caridade na administração dos bens terrenos e dos frutos do trabalho humano. Implica em não usurpar ou tirar um bem ou coisa que é de outrem contra a vontade do proprietário, trabalhando, por conseguinte, para não difundir cada vez mais os furtos, a violência, os sequestros, e os roubos; assim como, evitar quaisquer formas de desonestidades que se comete contra o “próximo”, desrespeitando sua dignidade pessoal. Todas as formas de servidão humana são proibidas na lei moral, pois o homem não é um mero objeto; bem como, os maus tratos dados aos animais irracionais. Quanto à “esmola” dada aos pobres, é um testemunho de caridade fraterna e também prática de justiça que agrada a Deus. “Ao ladrão estão reservados a confusão e o arrependimento” (Eclo 5, 6).

8 – Não levantar falso testemunho: “O oitavo mandamento proíbe falsificar a verdade nas relações com outrem. Essa prescrição moral decorre da vocação do povo santo, para ser testemunha do seu Deus, que é e deseja a verdade. As ofensas contra a verdade, exprimem por palavras ou por atos, a recusa em empenhar-se na retidão moral: são infidelidades graves para com Deus e, nesse sentido, minam os alicerces da Aliança” (n. 2464).

Este mandamento implica em praticar a virtude da verdade, mostrando-se verdadeiro no agir e no falar, usando de lealdade e caridade para com o próximo, afastando-se do sensacionalismo, duplicidade, simulação e hipocrisia. (Obs: a verdade dita sem nenhum propósito, que humilha e ridiculariza o “próximo” deve ser evitada, devendo-se usar de discrição e boa educação, conforme se apresentarem as circunstâncias, ou seja, usar de moderação e disciplina no falar). A mentira consiste em dizer o que é falso, com a intenção de querer enganar ou prejudicar o irmão, que tem direito à verdade. A Igreja orienta para que os meios de comunicação social sejam usados com moderação e disciplina porque a sociedade tem direito a uma informação fundada na verdade, na liberdade e na justiça. E ainda implica, na observância de que não se propague cada vez mais a lei do engano, da mentira, da falsidade. “Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem” (Efésios 4, 29).

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Qual mandamento preserva a vivência da pureza, a dignidade humana e o respeito à vocação matrimonial?

9 – Não desejar a mulher do próximo: “O coração é a sede da personalidade moral: ‘Do coração procedem as más intenções, os assassinatos, os adultérios, as prostituições’ (Mt 15, 19). A luta contra a concupiscência carnal passa pela purificação do coração e pela prática da temperança” (n. 2517). O Batismo confere a quem o recebe, a graça da purificação de todos os pecados. Mas o batizado tem de continuar a lutar contra a concupiscência da carne, e os desejos desordenados. Com a graça de Deus, pela virtude e pelo dom da castidade pode-se crescer na pureza, pois, a castidade permite amar com um coração reto, pela pureza de intenção, que consiste em ter em vista o verdadeiro fim do homem. Com um olhar simples, procure-se descobrir e cumprir em tudo a vontade de Deus; pela pureza do olhar, exterior e interior; pela disciplina dos sentidos e da imaginação; pela rejeição da complacência em pensamentos impuros, que o levariam a desviar-se do caminho dos mandamentos divinos e pela oração. A pureza exige o pudor.

O pudor é parte integrante da temperança. O pudor preserva a intimidade da pessoa. Designa a recusa de mostrar o que deve ficar oculto. Ordena-se à castidade e comprova-lhe a delicadeza. Orienta os olhares e as atitudes em conformidade com a dignidade das pessoas e com a união que existe entre elas. O pudor protege o mistério da pessoa e do seu amor. Convida à paciência e à moderação na relação amorosa, e exige que se cumpram as condições do dom e do compromisso definitivo do homem e da mulher entre si. O pudor é modéstia. Inspira a escolha do vestuário, mantém o silêncio ou o recato, onde se adivinha o perigo duma curiosidade malsã. O pudor é discrição.

Este mandamento adverte contra a concupiscência carnal, entendendo-se que não se deve cobiçar a filha, a esposa, a namorada, a irmã, a companheira, a serva, etc. do próximo, seguindo a mesma linha de discernimento na condição oposta, distinguindo porém, em cada criatura humana a “imagem e semelhança” de Deus. Essa luta exige a pureza do coração e a prática da temperança, isto é, a oração, a prática da castidade, a pureza da intenção e do olhar, o pudor. Devemos nos lembrar que somente aqueles que tiverem o coração puro é que verão a Deus (Mt 5, 8). O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada”. Então, “Adão pôs à sua mulher o nome de Eva porque ela era a mãe de todos os viventes” (Gn 2,18 e 3,20).

Qual mandamento preserva o homem da idolatria e da concupiscência do olhar?

10 –Não cobiçar as coisas alheias: O décimo mandamento desdobra e completa o nono, que tem por objeto a concupiscência da carne. Proíbe cobiçar o bem dos outros, raiz de onde procede o roubo e a fraude, proibidos pelo sétimo mandamento. A “concupiscência dos olhos” (1 Jo 2, 16) conduz à injustiça, proibida pelo quinto mandamento. A cobiça, bem como a fornicação, tem a sua origem na idolatria, proibida nos três primeiros mandamentos da Lei. O décimo mandamento incide sobre a intenção do coração e resume, com o nono, todos os preceitos da Lei.

Aqui neste mandamento está prescrito que não é legítimo e oportuno cobiçar e querer os bens ou “direitos” que pertencem ao próximo, tais como: a casa, o carro, o boi, o jumento, a propriedade, a mulher, o servo, a serva, etc., os quais, foram conquistados por direito, ou com o suor do seu trabalho.

Este mandamento proíbe a ambição desregrada, nascida da paixão imoderada das riquezas e do poder, que leva a um vício capital: a inveja, que pode ser combatida pela benevolência, humildade, confiança e abandono à Providência Divina. O desapego das riquezas é requisito essencial para entrar no Reino dos Céus (Lc 6, 20). Deus é um Pai exigente em relação à salvação das almas, mas é também muito zeloso no que se refere ao bem-estar material de seus filhos providenciando os bens materiais de que necessitam. “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua Justiça e tudo o mais vos será dado como acréscimo” porque “Vosso Pai Celeste sabe do que necessitais” (Mt 6, 33 e 32).

Estes dez mandamentos se encerram em dois: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo” (Mc 12, 29-31).

“Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, e me encherás de alegria com a visão da Tua Face” (At 2, 28).

Referências: Bíblia Sagrada, Novo Catecismo da Igreja Católica e o Livro “Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora”, Teresinha de Jesus Carvalho.

Leia mais:
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.: Eucaristia e confissão, armas espirituais contra a tentação
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Para um bom exame de consciência

Assim, de maneira bem resumida, temos material para trabalharmos nosso exame de consciência diário. Todos os dias antes de dormir você pode fazer a experiência de pensar o seu dia. Faça perguntas para você mesmo: “Onde acertei? Onde errei? O que preciso melhorar? Que passo posso dar”?

Você pode, diariamente, ir se exercitando na oração para crescer em contrição. Por isso, sugiro que você reze todos os dias após o seu exame de consciência o ato de contrição com a proposta de se confessar o mais rápido possível. Você pode rezar da seguinte maneira o ato de contrição:

Meu Deus, eu me arrependo, de todo coração, de todos meus pecados e os detesto, porque, pecando, não só mereci as penas que justamente estabelecestes, mas, principalmente, porque ofendi a Vós, sumo bem e digno de ser amado sobre todas as coisas. Por isso, proponho firmemente, com a ajuda da vossa graça, não mais pecar e fugir das ocasiões próximas de pecar. Amém

Deus abençoe você!

 

Fonte: https://cleofas.com.br/os-mandamentos-de-deus/

https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/os-dez-mandamentos-em-perguntas-simples-e-diretas/

 

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