“Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho, eis que tudo se faz novo” (II Cor 5,17).
Este é um itinerário de espiritualidade, de relacionamento com Deus em Jesus Cristo no poder do espírito Santo. É o Querigma, que a Igreja usa desde seus inícios. Depois de ter tido a experiência do Amor de Deus, o encontro pessoal com Jesus Ressuscitado, uma mudança interior em relação ao pecado e ao Senhorio de Jesus, eu preciso fazer uma escolha: viver na carne ou viver no Espírito? O batismo no Espírito Santo me capacita para ser uma nova criatura, isso é caminho de santidade.
Lembrei-me de uma lista de frutos da carta de São Paulo aos Gálatas cap. 5, 19: Ele fala de carne e espírito. A palavra carne é usada num sentido negativo; Pe. Jonas Abib explicou o que significa ‘mundo’, usado pela bíblia como coisa negativa, que se opõe a Deus.
E o sentido que ele usa a palavra ‘carne’ de forma negativa: ‘As obras da carne: imoralidade sexual, impureza, contenda, ciúmes, iras, intrigas, discórdias, facções, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Eu vos previno, como, aliás, já o fiz: os que praticam essas coisas não herdarão o reino de Deus‘.
Pode já ter acontecido que já tenhamos produzido tais frutos: ou ficamos abatidos, chateados, dizendo ‘como sou mau’, e fico bloqueado, e não caminho. A quem eventualmente possa ter feito toda essa ladainha da carta aos Gálatas, eu digo: levante a cabeça, e comece a produzir os frutos do Espírito.
É necessária, num caminho de conversão e de frutos, a decisão; é necessário fazer uma escolha. Mesmo que neste caminho, neste ideal que eu escolhi eu caia. Mas nesta escolha eu posso levantar. Se eu sou de Deus, se minha vida é patrimônio de Deus, eu vou caminhar e continuar a minha estrada. Vou ‘recomeçar’.
Quando eu falo de escolher, decidir, buscar um rumo, um ideal, onde está o problema? Muitas vezes você decide: passa depressa do sentimento para a ação – dá um salto, perdendo totalmente o controle. Logo após eu ponho a mão na cabeça e peço perdão porque agi sem pensar.
Algo muito simples que quero passar para vocês, que nos ajuda a buscar o rumo da nossa vida. Temos no ato humano, cada forma de agir humana posso distinguir 4 partes: Sentir, pensar, querer, agir.
Se você quer viver, você não pode decidir agir, somente pelo sentimento, esse é o desastre na vida das pessoas. Isso não é vantagem no ser homem ou mulher. Não é vantagem em falar que é franco que tudo vem em sua cabeça, é como um animal – cutucou, deu coice! Aí está o desastre do nosso mundo!
“… o fruto do Espírito Santo é a caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança” (Gl 5,22-23).
O Fruto Verdadeiro – fruto do Espírito Santo que nos dá todas as características de Jesus, da vida de Cristo. Parece bom e é bom para a vida de santificação.
O Fruto Artificial ou Falso – tem o mesmo formato, isto é, semelhante ao verdadeiro, mas não vem do Espírito Santo e sim dos conceitos do mundo. Parece bom, mas não é verdadeiro.
O Fruto Podre – tem as características da “carne”, tem as qualidades dos pecados capitais. Parece ruim e é ruim.
Em comentários deixe sua opinião e faça os seus pedidos de orações.
Ó vinde Espírito Criador, as nossas almas visitai e enchei os nossos corações com Vossos dons celestiais. Vós sois chamado o Intercessor, do Deus excelso o dom sem par, a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar. Sois doador dos sete dons, e sois poder na mão do Pai, por Ele prometido a nós, por nós Seus feitos proclamai. A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor, nossa fraqueza encorajai qual força eterna e protetor. Nosso inimigo repeli, e concedei-nos Vossa paz, se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás. Ao Pai e ao Filho Salvador, por Vós possamos conhecer que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.
Em Gálatas 5,16 lemos: “Digo, pois: deixai-vos conduzidos pelo Espírito, e não satisfazeis os apetites da carne”.
A Bíblia, quando fala de carne, fala de pessoa, de natureza humana. Quando Jesus estava no Horto das Oliveiras, pediu que os apóstolos rezassem por Ele, mas eles dormiram. A natureza humana é fraca por causa do pecado original.
Adão e Eva existiram e foram o primeiro homem e a primeira mulher da Terra. Se eles não existissem, nós não existiríamos. Eles pecaram, disseram "não" a Deus e perderam a comunhão com Eles. Por essa razão, Jesus teve de pagar por um resgate de valor infinito, que só o próprio Deus pode pagar. Muitas pessoas pensam que o Pai colocou o próprio Filho, maldosamente, na cruz. Mas, na verdade, foi Cristo mesmo quem pediu.
Quando somos batizados, participamos da Morte e Ressurreição de Jesus. Somos mergulhados na morte de Cristo e nascemos para uma vida nova. Morremos nos braços do demônio e nascemos nos braços de Deus.
A Bíblia tem várias listas de pecados. “Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, festas, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus!” (Gálatas 5,19-21) See More
Como nos livramos disso? Só pelo Espírito Santo. Sem Ele não temos forças para vencer as obras da carne, ou seja, nossos pecados.
Todo sacramento é ministrado pelo poder do Espírito Santo, e a primeira coisa que Jesus fez foi instituir o sacramento da confissão, dizendo “a quem perdoou os pecados, eles serão perdoados”. Não há pecado que não possa ser perdoado.
Em Marcos 7,19, Jesus disse que os pecados saem do nosso coração e apresentou uma lista deles. Até São Paulo gemia debaixo da concupiscência, que é a tendência ao pecado. Em Rm 7,15-20, por duas vezes, São Paulo diz: “É o pecado que habita em mim”. Mas a nossa salvação está na graça de Deus.
O pecado mata, mas Jesus nos ensina que o remédio para nos curar é vigiar e orar. Quando a borboleta vê uma chama, ela acredita que é uma flor. Então, ela é atraída por essa chama e sendo queimada. Muitas vezes, isso acontece conosco; acredito que o néctar está no pecado, mas este nos queima e leva à morte.
Precisamos viver com base nas orações, nos sacramentos e na vigilância. E quem nos ajuda a viver tudo isso é o Espírito Santo de Deus.
Quatro são os passos para termos o Espírito Santo: lavar a alma, fazer uma boa confissão, tolerar a todos e fazer a vontade de Deus. Temos de deixar o “volante” da nossa vida nas mãos do Senhor e pedir a Ele o Paráclito.
Depois do batismo no Espírito Santo, nossa vida nunca mais será a mesma. Deus faz maravilhas em nós pelo poder de Seu Espírito.
Testemunho do Pregador do Papa
Eu gostaria de lhes contar o testemunho do frei Inácio Raniero Cantalamessa, Pregador do Papa, há mais de trinta anos, desde João Paulo II até agora o Papa Francisco, sobre o seu batismo no Espírito Santo. Ele mesmo conta no seu livro “Ungidos pelo Espírito Santo” (Ed. Loyola, SP, 1998, pg., 145-151).
Isso aconteceu antes dele ser convidado pelo Papa João Paulo II para ser pregador dos Retiros de Quaresma e de Advento do Papa.
Ele afirma que “o batismo no Espírito revelou-se um poderoso meio de reavivar a vida espiritual de milhões de pessoas, uma adotada “corrente de graça” (pg. 146).
Ele começa contando que era cético em relação ao batismo no Espírito. Ele é capuchinho, e era professor de História das Origens Cristãs e Diretor do Departamento de Ciências Religiosas da Universidade Católica do Sagrado Coração de Jesus de Milão. Mas ele diz que não estava satisfeito e “sentiu vagamente a necessidade de uma mudança radical” (pg. 147).
Ele conta que em 1974 começou a ouvir falar da RCC e disse à pessoa que lhe falava dela, que não voltasse naquele lugar. Mas ele ouviu que os carismáticos ao invés de tratá-lo mau, por causa de suas críticas, o amaram e pediram que ensinassem esses ensinamentos. E ele começou a ver que naqueles grupos havia algo parecido com o que sentia na Igreja primitiva.
Em 1977 ele aceitou participar de um grupo de oração em Kansas City nos EUA, onde estavam quarenta mil cristãos reunidos; houve cantos, louvores e profecias. Ele diz que uma palavra de Jesus ressoava em seu coração: “Ditosos os olhos que veem o que vedes; ditosos os ouvidos que escutam o que escutais!” Depois foi participar de outra reunião de oração em Nova Jersey.
Mas, durante a oração, o frei Cantalamessa pensou consigo: “eu sou filho de São Francisco, possuo uma magnifica espiritualidade, tantos santos... O que estou buscando entre esses irmãos? O que eles podem me oferecer de novo?”. Mas nessa hora uma irmã leu uma passagem da Bíblia: “Não digas em teu coração, somos filhos de Abraão, somos filhos de Abraão!” “Entendi que se dirigia a mim e mudei minha oração ao Senhor. Passei a dizer: “Senhor, não digo mais que sou filho de São Francisco, mas, peço-te que me faças com Teu Espírito realmente filho de São Francisco, porque até agora não o fui”.
Mas ficou dizendo: “eu sou um padre ordenado pelo bispo, recebi o Espírito Santo. Por que devo ajoelhar-me diante dos irmãos, inclusive leigos, e aceitar que orem por mim?” Nisto, ele diz, parece-me ouvir a voz do próprio Jesus a me dizer: “E eu então? Vindo ao mundo, não tinha sido consagrado pelo próprio Pai? Acaso não possuía Eu a plenitude do Espírito Santo desde a encarnação? E, não obstante, aceitei ser batizado por João Batista, que era leigo! – e o Pai deu-me uma nova Plenitude no Espírito Santo para a minha missão, por vós”. Então, ele disse, “eu disse como Jó: “Falei uma vez e não o repetirei. Ponho a mão sobre a boca”. “Batiza-me Senhor, com Teu Espírito!”
O frei conta que se preparou para receber o batismo no Espirito com uma boa Confissão geral, gravando toda a sua vida. E neste momento, ele diz, que Jesus lhe disse: “Você quer dar as rédeas de sua vida nas minhas mãos?”
Na verdade esse é ponto fundamental para a pessoa ser batizada no Espírito Santo, entregar a vida nas mãos de Deus, sem reservas, sem condições, como a Oração do Abandono, do Pe. Charles Foucauld. Se nos entregarmos completamente a Jesus, Ele nos dá o Seu Espírito.
O frei conta que quando os irmãos oravam por ele, para receber o batismo no Espírito, ele ergueu os olhos sobre o crucifixo do altar, sentiu como se Jesus lhe dissesse: “Raniero, este é o Jesus que tu escolhes como teu Senhor, não outro, não te enganes, não é um Jesus fácil ou cor de rosa.”
Ele conta que não aconteceu nada de espetacular depois dessa oração, mas quando foi rezar no seu quarto, no convento, sentiu que sua oração era diferente. Conta que os irmãos carismáticos da Itália lhe disseram, quando ele voltou dos EUA: “Enviamos a América Saulo e nos devolveram Paulo”!
Um dia quando ele rezava no seu quarto, sentiu em pensamento Jesus lhe dizer: “Se queres vir ajudar-me a proclamar o Reino, deixa tudo e vem!” Era para deixar a universidade, e tudo o que tinha feito até agora. Parece que Jesus tinha pressa, por isso ele teve medo. Foi pedir a seu Superior para deixar a universidade; e este o autorizou só depois de um ano, mas autorizou que ele fosse pregador itinerante como São Francisco. Hoje ele se dedica em tempo integral a pregação do Reino.
Ele conta que no dia que o Superior o autorizou a pregar, no oficio da leitura havia uma passagem do profeta Ageu, quando da reconstrução de Jerusalém, na volta do exílio, que dizia: “Mas agora tem ânimo, Zorobabel, oráculo de Iahweh : ânimo, Josué, filho de Josedec, sumo sacerdote, ânimo povo da terra, oráculo de Iahweh! Trabalhai, porque eu estou convosco… e entre vós está o meu Espírito!” (Ag 2,4-5).
E o frei conta, que nesse dia, três meses antes de ser nomeado Pregador do Papa, diante da janela do quarto do Papa, na Praça de São Pedro, num dia chuvoso em que a Praça estava deserta, ele disse em voz alta, já que não havia ninguém por perto: “Ânimo, João Paulo II, sumo sacerdote, ânimo, povo todo da terra, e trabalhai, porque – diz o Senhor – eu estou convosco”. Três meses depois foi nomeado Pregador da Casa Pontifícia. Ele disse que na primeira pregação que fez para o Papa, lhe conto isso.
Em outro escrito, Cantalamessa conta que um dia pregava ao Papa, e o chefe do cerimonial mandou que terminasse logo sua pregação porque o tempo tinha se esgotado. Depois na sacristia da Basílica, João Paulo II disse ao cerimonial: “Não se pode interromper um homem cheio do Espírito Santo quando prega!”.
Vinde Espírito Santo e daí-nos Vida Nova!!!