Urgente: As almas do Purgatório precisam de nós!


Quando devemos deixar de rezar pelas almas? Será que podemos ter a certeza absoluta que uma pessoa está no Céu ou Purgatório? E se uma pessoa morre evidentemente em pecado mortal, sem nenhum sinal de arrependimento, ela poderá ser salva, ou devo deixar de rezar porque não adianta mais?

Entendamos primeiro o que é o Purgatório. Quando se morre, existem duas alternativas, não três. Atenção: não são três alternativas, apenas duas. Quando alguém morre, ou está condenado para sempre ou salvo para sempre. Non datur tertium quid, não há uma terceira alternativa. Ou é ou não é, ou está salvo ou não está. Ora, o que acontece é que as pessoas que se salvam, na sua esmagadora maioria, infelizmente, não morrem prontas para o céu, mas necessitadas de alguma purificação. Por isso elas precisam, de alguma forma, ser ajudadas a se purificar antes de entrar no céu. É o que nós chamamos de Purgatório. As pessoas que lá estão já estão salvas. No Purgatório só existe uma única porta, é a de saída para o céu. Quem está no Purgatório não corre o perigo de ir para o inferno. O Purgatório, por conseguinte, não é um “estágio intermediário” entre o céu e o inferno, mas a antecâmara do céu, uma preparação para o céu. 

 

 

A primeira conclusão que se deve tirar disso é a seguinte: se quisermos ser salvos, tratemos de fazer boas obras ainda nesta vida. Por quê? Porque o julgamento se dá na hora da morte, e se morrermos em pecado mortal, seremos condenados ao inferno para sempre. Nós católicos não rezamos pelos mortos para que se salvem. Se queremos que alguém se salve, rezemos enquanto a pessoa está viva, porque o único jeito de ela salvar-se é fazendo alguma coisa ainda nesta vida para corresponder ao amor de Deus e de Cristo. Se ela morrer em pecado, estará condenada para sempre. Portanto, os fiéis mortos em estado de graça já estão salvos para sempre; mas a esmagadora maioria deles ainda não está pronta para entrar no céu. Por isso vão para o Purgatório, onde é necessária uma intervenção dos vivos para ajudá-los, porque essas almas benditas nada podem fazer por si mesmas. Elas poderiam ter feito algo aqui, mas no Purgatório já não têm a possibilidade de fazer nada para aliviar os próprios tormentos. Poderiam, por exemplo, ter feito penitência, orações, atos de caridade etc., mas não fizeram o suficiente, de sorte que somos nós agora que precisamos socorrê-las. Somos para elas, de alguma forma, uma espécie de Jairo que vai até Jesus e diz: “Olhai essas almas! Jesus, ponde tua mão sobre elas, e elas viverão”, quer dizer, “Jesus, pelos méritos do vosso Preciosíssimo Sangue, ide até as almas do Purgatório para aliviá-las de seus tormentos!” 

 

 

Alguém pode perguntar-se: “Mas se Jesus é tão bondoso, por que Ele não faz isso sozinho? Por que precisamos rezar Missas e Terços, fazer penitências e jejum, visitar cemitérios e lucrar indulgências?” Porque Deus, que é Deus de amor, já fez tudo, já fez o principal, já derramou seu Precioso Sangue, já mereceu por e para nós. Mas Ele quer que os membros do seu Corpo participem da salvação dos outros, alcançando para eles os frutos que Ele mesmo já lhes mereceu abundantemente. O maravilhoso de Deus é exatamente isso, coisa que os protestantes não enxergam com a doutrina da “pura fé”: o Deus de amor quer que seus filhos amem também. Se somos filhos de Deus, precisamos ter no coração o que Deus tem no seu. Ora, se Ele ama as pessoas e quer que elas sejam salvas, precisamos fazer alguma coisa para salvá-las enquanto estão nesta vida; se Deus quer que as almas dos fiéis defuntos sejam purificadas, também nós precisamos cooperar e fazer parte desta obra divina de purificação, para que as almas benditas possam o quanto antes entrar no céu. Jesus, no Evangelho de hoje, poderia, mesmo sem o pedido do pai, curar a menina num simples estalar de dedos. Jesus, afinal, é Deus e bem sabia que a criança tinha morrido. Mas o Senhor quis “precisar” do pedido do pai, para que ele, por sua fé, participasse da cura da menina: “Eu creio, Jesus, Vós podeis impôr as mãos, e ela viverá”. Se pela participação do pai a menina ressuscitou, também nós, participando com nossas orações, fazemos as almas do Purgatório receber um toque da vida que as prepara para o céu.

 

 

Façamos o firme propósito de fazer algo pelas almas do Purgatório não só às segundas-feiras, mas todos os dias, se for possível. Nossa Senhora, quando apareceu em Fátima, nos ensinou a fazer isso, acrescentando ao santo Terço aquela oração tão bonita: Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno. Nessa parte se reza por quem? Pelos vivos, por aqueles que ainda podem ser salvos, para quem está nesse mundo; levai as almas todas para o céu: aqui se reza pelas almas do Purgatório, assim como no final: e socorrei principalmente as que mais precisarem. Se Nossa Senhora nos ensina a rezar pela salvação dos vivos e pela purificação das almas do Purgatório, sigamos o conselho desta boa Mãe.

Circunstâncias. — aDe tempo. A narração da cura da hemorroíssa e da ressurreição da filha de Jairo, Mateus a situa em seu evangelho logo após a discussão entre Cristo e os fariseus sobre o jejum (cf. Mt 9, 11-18): Falava ele ainda, quando se apresentou um chefe da sinagoga (Mc: εἷς τῶν ἀρχισυναγώγων, um dos principais da sinagoga). Marcos e Lucas, no entanto, narram que esse episódio aconteceu depois de Jesus ter atravessado novamente o mar de Tiberíades, desde a região dos gerasenos, enquanto do outro lado o aguardava a multidão. A cronologia de Mateus, em todo o caso, parece preferível, já que ele é o único a indicar com precisão o momento em que aconteceram esses fatos: Falava ele ainda… [1]. — bDe lugar. O lugar em que se deram, porém, não é indicado de forma explícita por nenhum evangelista; mas como o Evangelho se refere a um dos chefes da sinagoga (cf. Lc 8, 41; Mc 5, 22), não é improvável que o episódio tenha acontecido em alguma cidade célebre à margem ocidental do mar, talvez em Cafarnaum. A narração de Mateus é a mais breve, enquanto a de Lucas e sobretudo a de Marcos, secretário de Pedro, que foi testemunha ocular de tudo, é mais extensa e rica em detalhes.

Introdução (cf. Mt 9, 19s; Mc 5, 22ss; Lc 8, 41s). — Assim que Jesus desceu da barca, aproximou-se dele um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo (gr. Ἰάϊρος, hb. Ja’ir = “Iluminará”; cf. Nm 32, 41; Dt 3, 14; Jos 13, 30 etc.), que, lançando-se-lhe aos pés, rogava insistentemente por sua filha, dizendo: Senhor, minha filha acaba de morrer (Mt); minha filhinha está nas últimas (Mc); porque tinha uma filha única, de uns doze anos, que estava para morrer (Lc). Por isso pedia com insistência que viesse à sua casa, impusesse as mãos sobre a menina e a trouxesse de volta à vida. Apesar do que diz o texto de Mateus, que não foi testemunha direta do acontecimento, não há dúvida de que Jairo rogou pela filha, não já morta, mas prestes a morrer, como dizem Marcos e Lucas; Mateus diz que a menina já estava morta para, como de costume, antecipar por brevidade o anúncio da morte da menina, que o pai receberia dali a pouco a caminho de casa (cf. Lc 8, 49; Mc 5, 35).

 

 

A hemorroíssa (cf. Mt 9, 20ss; Mc 5, 25-34; Lc 8, 43-48). — Entrementes, uma mulher que havia já doze anos padecia de um fluxo de sangue e, por causa disso, dispendera todos os bens com tratamentos médicos, tão-logo ouviu falar de Jesus, foi-lhe ao encontro às pressas, pensando consigo: Se eu conseguir ao menos tocar no manto dele, ficarei curada (gr. σωθήσομαι.), isto é, serei salva. E de fato, aproximando-se dele por trás, seja por vergonha, seja pela impureza legal que contraíra devido à doença (cf. Lv 15, 25ss.) [2], a mulher conseguiu tocar-lhe a fímbria do manto (cf. Nm 15, 38), e no mesmo instante se lhe estancou a fonte de sangue, ou seja, cessou o fluxo, e ela teve a sensação de estar curada. Ora, Jesus percebeu imediatamente, sem que ninguém lho precisasse indicar, que saíra dele uma força (δύναμιν), isto é, uma virtude, e, “voltando-se para o povo, perguntou: Quem tocou minhas vestes? Perguntou-o, não porque ignorasse, mas para manifestar aos circunstantes o milagre que acabara de acontecer e a sua causa, a saber: a fé da mulher. Os discípulos, porém, não compreenderam as palavras do Senhor, como se depreende da observação que fizeram: Vês que a multidão te comprime e perguntas: Quem me tocou? A mulher, atemorizada e trêmula, pensando talvez que não agira corretamente ou irritara o Senhor, veio lançar-se aos pés dele e contou-lhe toda a verdade, isto é, confessou abertamente a doença de que padecia, a fé que a levara até Cristo, a vergonha que a fizera tocar ocultamente as vestes do Redentor e a cura que ali mesmo recebeu. Jesus, porém, não só não a repreende como lhe elogia a fé, a tranquiliza e a manda embora em paz: Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e sê curada do teu mal [3]. Mateus se limita a narrar a substância do ocorrido, sem esses detalhes.

A filha de Jairo (cf. Mt 9, 23-26; Mc 5, 35-43; Lc 8, 49-56). — Morta a menina, Jesus chega por fim à casa do arquissinagogo e, depois de dispensar as turbas, entra no quarto onde estava o cadáver, levando consigo apenas cinco testemunhas: os pais da menina e três discípulos, Pedro, João e Tiago de Zebedeu, que foram também testemunhas da transfiguração no monte Sinai e da agonia no Getsêmani. A menina não morreu, diz, mas está dormindo “para mim, que posso trazer um morto à vida com a mesma facilidade com que um homem pode acordar outro do sono” [4]; e Jesus, tendo nas suas as mãos da menina, disse-lhe: Talitha cumi (aram. Telitha qumi), quer dizer, Menina, levanta-te. Assim excitada pelo contato e a voz de Cristo, a menina se levantou e se pôs a caminhar, pois já tinha doze anos (ou seja, não era ainda tão pequena que não pudesse andar, porque [gr. γὰρ] tinha doze anos). — O Senhor então lhes ordenou seve­ramente que ninguém o soubesse, isto é, quis que o milagre permanecesse oculto por algum tempo a) devido ao ódio dos judeus, que poderiam ver nele uma nova ocasião para persegui-lo antes do tempo estabelecido; b) para mostrar que, humilde e prudente, não estava à procura de fama; c) e a fim de evitar o tumulto das multidões que o seguiam. Por fim, com grande solicitude pelo bem da menina, mandou que lhe dessem de comer, para que todos tivessem certeza de que ela estava viva.

Sentido espiritual. — 1) A hemorroíssa, imagem da alma que se aproxima da Eucaristia: a) o fluxo de sangue é figura de todos os pecados e imperfeições que impedem e atordoam a alma; b) a reverência e o temor da mulher é exemplo da modéstia e da humildade com que devemos acercar-nos da Eucaristia; c) o toque do manto de Cristo é sinal de que, para comungar o Corpo do Senhor, precisamos primeiro nos purificar pelo sacramento da Penitência; d) esse toque, porém, não exerce o seu poder senão por meio de uma fé sincera e um arrependimento profundo das próprias culpas; e) a cura da doença significa a força sobrenatural e a saúde da alma que, em graça, pode receber a Cristo sacramentado com as devidas disposições; f) as palavras finais do Senhor demonstram sua inefável e doce caridade para com as almas fiéis. — 2) A história de Jairo nos recorda que, ainda que a nossa alma esteja morta pelo pecado, podemos sempre nos lançar ao pés misericordiosos de Nosso Senhor e implorar com fé, que mesmo privada do influxo vital da caridade é verdadeiro dom de Deus, que restitua a vida da graça à nossas almas e a incremente em nós cada vez mais: A menina se levantou, renovada interiormente, e Jesus mandou que lhe dessem de comer, para que saísse da infância espiritual e chegasse pouco a pouco à plena maturidade em Cristo.

Sentido eclesiológico. — “Na filha de Jairo e na mulher que sofre de hemorragia vê-se com frequência uma alusão à sinagoga, de um lado, e à gentilidade, de outro (por exemplo, Santos Hilário, Jerônimo, Ambrósio, Crisóstomo, Beda, Pascácio etc.). Morre a menina com doze anos, por tantos anos sofre a mulher. Logo, com o nascimento daquela teve início a doença desta, pois quando Deus escolheu para si um povo, os gentios serviam cada vez mais à idolatria e aos vícios. ‘Com efeito, os povos gentios buscaram em vão ser curados por muitos médicos. Entregues aos dogmas de muitos filósofos e aos ritos dos deuses falsos, consumindo neles seus dotes de natureza e inteligência, agravaram a própria enfermidade, que ninguém além de Cristo poderia curar’ [5]. Ora, como Cristo viesse desposar a Igreja, encontrou morta a sinagoga, que deveria ser sua esposa, assim como morreu a menina ainda nos anos da puberdade. Antes dos Judeus, creem os gentios; mas a fé dos pagãos têm ainda o poder de finalmente trazer os judeus à fé. É por isso que, depois da cura da mulher, é ressuscitada a menina, porque, quando chegar à plenitude o tempos dos gentios, também Israel será salvo (cf. Rm 11, 25s). ‘Enquanto o Verbo de Deus se apressa para ver a filha do chefe, a fim de salvar os filhos de Israel, a santa Igreja, reunida dentre as gentes que haviam perecido pela queda nos crimes mais baixos, aproveitou-se primeiro, pela fé, da saúde preparada para outros’ (Santo Ambrósio, In Luc. VI, n. 54)” [6].

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