Por que o diabo é o pai da mentira?


A mentira não tem origem em Deus. Ela não é obra de Deus; é coisa do maligno, pertence ao diabo. “Ele é homicida desde o princípio […] mentiroso e pai da mentira” (Jo 8,44). Este “não se manteve na verdade, porque nele não há verdade. Quando diz mentira, fala sua própria linguagem, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8, 44). O diabo (divisor, enganador, caluniador) usa a mentira para separar o homem de Deus. Mas, afinal, o que é a mentira?

 

A mentira não tem origem em Deus. Ela não é obra de Deus; é coisa do maligno, pertence ao diabo. Este “não se manteve na verdade, porque nele não há verdade. Quando diz mentira, fala sua própria linguagem, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8, 44). O diabo (divisor, enganador, caluniador) usa a mentira para separar o homem de Deus. Mas, afinal, o que é a mentira?

A Santa Mãe Igreja afirma categoricamente que “mentir é falar ou agir contra a verdade para induzir em erro. A mentira consiste em dizer o que é falso, com a intenção de enganar o próximo. (Catecismo da Igreja Católica, 2483.2508). A Mentira é, portanto, enganação, falsidade, fingimento. A mentira tem como objetivo destruir a verdade.

 

A verdade significa autenticidade, sinceridade, honestidade. A mentira é um pecado: ofende profundamente o coração de Deus e ao próximo. Quando mentimos não glorificamos a Deus, não estamos fazendo a vontade de Deus; negamos a Deus, distanciamos de Deus. Quando falamos a verdade estamos praticando o bem. A mentira escraviza a pessoa humana. A verdade liberta-a (cf. Jo 8, 32).

Deus não ama a mentira. Ele condena, abomina, odeia a mentira: “Lábios mentirosos o Senhor abomina, agradam-lhe os que praticam a verdade” (Pr 12, 22). Deus ama a verdade. Fomos criados por Deus para viver na verdade. Deus é o Deus da verdade. Deus é a Verdade (cf. Jo 14, 6; 17, 3), a Verdade Plena: “Deus, Pai da verdade [...]. A ti invoco Deus Verdade, princípio, origem e fonte da verdade de todas as coisas verdadeiras” (AGOSTINHO, Solilóquios, p. 16).

Nas Sagradas Escrituras, segundo um dos relatos mais antigos que tentam explicar a origem do mal no mundo, a figura da serpente, no capítulo 3 do Gênesis, já mostra como esse animal, “o mais astuto de todos os animais selvagens”, busca enganar a mulher perguntando-lhe se era verdade que Deus tinha proibido o primeiro casal de comer dos frutos das árvores do jardim do Éden (Gn 3,1). A mulher desmente a serpente, dizendo-lhe que Deus só os tinha proibido de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. A serpente introduz então a suspeita contra Deus, dizendo à mulher que ele não queria que o casal original comesse dessa árvore porque eles seriam como Deus, conhecedores do bem e do mal (Gn 3,4-5). Trata-se, portanto, não só de mentir, ao dizer que Deus tinha proibido de comer dos frutos das árvores do jardim, mas de colocar a dúvida sobre a Palavra de Deus, fazendo-a dizer o que não dizia, levando daí o casal original à transgressão do mandamento, que, na interpretação posterior feita sobre esse episódio, é identificada com o pecado original.

 

O episódio de Gn 3 é retomado em todos os evangelhos sinópticos, no episódio das tentações de Jesus (Mt 4,1-11; Mc 1,12-13; Lc 4,1-13) para mostrar como é possível desmascarar a mentira daquele que o evangelho de João chama de “pai da mentira” e “homicida desde o início” (Jo 8,44). Segundo as narrativas de Mateus e Lucas, a primeira tentação é ao redor da comida, como em Gn 3. O diabo tenta Jesus dizendo-lhe: “se és filho de Deus, manda que estas pedras se tornem pães”. Jesus responde-lhe com uma citação da Escritura: “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra da boca de Deus”. Em seguida, em Mateus, Jesus é tentado a saltar do pináculo do templo, e para isso satanás cita um texto bíblico, enquanto em Lucas ele é levado a um alto monte do qual contempla todo o mundo, sendo tentado a dominar o mundo em troca de adorar o maligno. A inversão dessas tentações está em função da teologia dos dois evangelhos, mas o mais importante a observar no episódio é que o diabo recorre à Palavra de Deus para tentar Jesus, que, por sua vez, responde citando-a: “não tentarás o Senhor teu Deus”, para a tentação de saltar do alto do templo, ou “adorarás somente o Senhor, teu Deus, e só a ele prestarás culto”, para o apelo a possuir o mundo, adorando a satanás.

 

 

Manipular a Palavra divina não é algo recente, uma vez que, segundo o texto joanino acima citado, “desde o início” o “pai da mentira” o tem feito, como também seus seguidores. Porém, os discípulos e discípulas de Jesus, a exemplo daquele que seguem e adoram como Mestre, Messias, Senhor e Deus, já possuem meios para “desmascarar” o tentador, que na bíblia também é identificado como aquele que provoca a divisão. Esses meios são dados pelos critérios apresentados por Jesus nesse episódio das tentações: não fazer do alimento (= tentação de ter) o absoluto, não fazer do sucesso (= pular do pináculo do templo, que é a autorreferencialidade) o critério do próprio juízo, não fazer do desejo de poder (= adorar satanás dominando o mundo) a referência para a organização da própria existência e a organização social e política. Portanto, quem se diz cristão/ã não pode compactuar com a mentira nem com sua expressão mais recorrente no atual momento da vida política brasileira, as “fake News”.

 

 

 

Portanto, o diabo é o grande enganador, mentiroso. A Mentira é coisa horrível, maléfica, demoníaca, vergonhosa. No coração de Deus não existe mentira. A mentira nunca faz bem a ninguém. Mentira é sempre mentira. Mentir é faltar com a verdade; é enganar, fingir. Ser verdadeiro é ser sincero, transparente, honesto. Por isso: “Não mintais uns aos outros” (Cl 3, 9), “ Falai a verdade cada um ao seu próximo” (Ef 4, 25). A verdade é bendita, divina.


A Verdade é Deus. Sendo assim, não podemos compactuar com a mentira. Esta destrói a relação com Deus, causa conflitos entre as pessoas, perde a confiança. Abandonemos a mentira, busquemos a Verdade (Deus). O cristão é aquele que odeia a mentira, ama a verdade; diz a verdade com caridade. Que sejamos guiados pelo Espírito Santo, “o Espírito da Verdade” (Jo 16, 13); sejamos promotores da verdade.

 

 

 

Fonte: https://www.arquidiocesedearacaju.org/post/catequese-sobre-a-mentira

 

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